A aprendizagem significativa é, antes de tudo, uma aprendizagem que faz sentido para quem aprende. Mas o que isso quer dizer, exatamente? Significar algo é integrá-lo àquilo que já conhecemos, é conectar o novo ao já vivido, ao que faz parte da nossa história, das nossas experiências, das nossas emoções.
Foi com base nessa premissa que David Ausubel afirmou: “O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo”. Ou seja, não se aprende no vazio. Aprender é sempre um movimento de transformação de algo que já existe.
A neurociência confirma essa ideia. Ao receber uma nova informação, o cérebro humano não simplesmente a “armazena” como num computador. Ele busca em sua rede de memórias e conhecimentos anteriores pontos de conexão. Quanto mais conexões significativas uma informação estabelece, maior a chance de ela ser compreendida, fixada e utilizada em outros contextos. Esse é um dos fundamentos da plasticidade cerebral: nosso cérebro está o tempo todo organizando, reorganizando e integrando experiências, desde que elas tenham algum valor subjetivo ou emocional para quem as vive.
É por isso que as chamadas “atividades de sondagem” ou “ativação de conhecimento prévio” são mais do que uma etapa didática: elas são um convite à aprendizagem com sentido. Quando o professor cria situações-problema, escuta as ideias dos alunos e propõe desafios que dialogam com aquilo que eles já sabem ou acreditam saber, ele está, na prática, estimulando o cérebro a se abrir para o novo.
Mas atenção: nem todo saber anterior ajuda. Muitas vezes, o conhecimento que o aluno tem pode ser equivocado ou incompleto. E está tudo bem. O papel da escola não é apagar o que veio antes, mas oportunizar novas evidências, provocar a dúvida, estimular a curiosidade e oferecer instrumentos para reorganizar o pensamento.
Assim, a aprendizagem com significado acontece no cruzamento entre funções cognitivas, como memória, atenção, emoção e motivação. É uma experiência viva, que não se limita à memorização de conteúdos ou ao acúmulo de informações, mas que envolve o estudante como sujeito ativo, que pensa, sente, questiona e constrói.