Durante muito tempo, acreditou-se que logo no fim da infância o desenvolvimento do encéfalo já estava pronto. No entanto, a chegada das técnicas de imageamento cerebral, morfológico e funcional, mudaram esse cenário e trouxeram novas pesquisas sobre a neurociência do adolescente.
“A adolescência é um estado do cérebro, não mais criança, mas também não ainda adulto” é o que diz a neurocientista Suzana Herculano no livro O cérebro em transformação. E o que acontece então?
Como vimos na primeira parte do nosso dossiê, a redução de 1/3 dos receptores de dopamina tem uma parcela importante na mudança perceptível dos adolescentes, mas tem muito mais J.
Já para desmistificar a crença da maturação encefálica no fim da infância, hoje sabe-se que tanto o volume quanto a mielinização aumentam até por volta dos 30 anos. Estudos desde a década de 90, que acompanharam o desenvolvimento da criança durante vários anos, mostraram que o cérebro do adolescente está longe da maturidade. A descoberta da proliferação de um grande número de neurônios, que relaciona-se com algumas das maiores funções mentais, ocorre nos últimos anos da adolescência.
A imagem a seguir mostra o processo contínuo de desenvolvimento do cérebro até o início da vida adulta. Na escala de cor, o vermelho significa maior quantidade de sinapses e o azul, menor. A descoberta revolucionou a forma como se via o cérebro, pois como supracitado acreditava-se que ele atingia sua maturidade ainda na infância. Na verdade, o desenvolvimento continua até bem depois dos 20 anos.
Continua… 🙂
Referência:
STAM, G. Como funciona o cérebro do asolescente. Revista Educação. Disónível em < http://www.revistaeducacao.com.br/como-funciona-o-cerebro-do-adolescente/> Acesso em 30 de maio de 2018.